Claro que a culpa não é da Disney. O título é somente para te chamar à atenção. Vamos então dissertar sobre o tema que está subjacente, isto é, o amor. Tenho alguns episódios sobre amor no meu podcast do Psicoefeito que podes ouvir nas plataformas habituais, nos quais falo sobre a importância de definires para ti o que é amor, os valores nele presente, mas também aquilo que jamais abdicarias. Pergunto agora, o que é para ti amor? A tua mente neste momento deve estar a ir para aquele caminho de que existem vários tipos de amor, mas não caias nessa, o amor que aqui falo é o amor romântico. O que é para ti amor? Esse é o foco, não permitas dispersar por caminhos inócuos que não te levam a lado nenhum, por pensamentos que te desviam da realidade aqui e agora e não te levam a uma conclusão tua para que faça sentido na tua vida e depois fazer sentido na vida de outra pessoa. O tema da Disney entra porque já ouvi amiúde vezes a expressão de que “a culpa é da Disney e das histórias de princesas que encontram o seu príncipe e foram felizes para sempre”, depois de muitos anos pensei na injustiça desta culpa colocada ao mundo da Disney, sem maldade é certo, mas com um fim psicologicamente explicável, colocar a culpa das relações amorosas fúteis e vazias num fator externo. O fim a que se destina é o que chamamos em Psicologia de locus externo no qual colocamos a culpa em fatores externos a nós, isto é, uma espécie de “eu não tenho culpa da relação ter dado errado, a culpa foi da outra pessoa ou dos filmes de princesas que vi na minha infância os quais me fizeram acreditar num amor verdadeiro e para a vida!” só que… isso existe! É real! Existem muitas pessoas felizes nas suas relações amorosas independentemente do tempo da relação, o tempo não importa para a equação, o que importa é saberes o que para ti é amor, e se por acaso estiveres numa relação podes compreender com uma análise da relação se tudo aquilo que mereces está a acontecer, isso é que importa e não o tempo.
Todas as relações são eternas até que terminam.
Terminam porque um dos parceiros morre, terminam porque a relação deixa de fazer sentido, terminam por várias razões, mas terminam. Um aspeto realmente interessante dos humanos (e há muitos felizmente!) é que somos o único animal com a noção da sua finitude, não do dia e hora da nossa morte, mas sim que um dia iremos morrer, somos finitos e se o amor é a maior força que o ser humano tem na vida então por que razão raramente pensamos nele? O que está por detrás de não sermos estimulados a pensar no que para cada um de nós é o amor? Posso ajudar só a estimular o teu pensamento, uma das razões é o facto de sermos uma sociedade conservadora e cada vez mais digital, logo, menos pessoal. Recordo-me de em miados dos anos 90 do século passado, na minha adolescência, ninguém que me rodeava falava sobre amor, hoje compreendo o “piloto automático” da nossa sociedade que se resume a: conheces alguém, namoras, casas, tem filho(s) e faleces. É assim! Sempre foi assim! Diziam os adultos…, mas quem é lhes contou isso? Os outros adultos, os nossos avós que poucos conhecimentos tinham vivendo em guerras e ditaduras e quem é que contou isso aos nossos avós? Creio que estás a perceber a ideia. Quando nos dias de hoje se fala de amor aquilo que eu noto é que não se sabe aprofundar o tema, ou será que se tem medo? Ficamos muitas vezes à superfície e nós humanos temos tanto para dar, somos muito mais capazes e tal como Buda dizia somo aquilo que pensamos. Podes começar a fazer diferente e contribuir para um pensamento e relações mais saudáveis, verdadeiras, fica o desafio.
O que podes fazer para quebrar este enguiço da falácia que a “culpa é da Disney”? Reforço a ideia de pensares para ti o que é amor, o que queres ter numa relação que não irás abdicar em circunstância alguma resguardando assim a tua pessoa, valorizando-a e não aceitando um amor “pela metade” ou seja lá como for. O valor ou os valores que estão subjacentes a uma relação amorosa para ti, o teu estado atual, isto é, se estás disponível para uma relação amorosa ou não, enfim, podem parecer muitas questões, contudo, elas começam a responder-se umas às outras e o meu desafio é que experimentes e acredites que o amor é lindo, é real, é possível, e teres a confiança de dizer que se não aguentas com o calor não chegues perto do fogão.
Um grande amor para ti é o que desejo 🙏❤️
Cumprimentos Psi!